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sábado, 26 de novembro de 2011

Ser Avesso...





Há quem diga que eu sou o avesso, a via de mão de única numa estrada em que muitos fazem atalhos. Para ser mais clara, sou do contra. Detesto os extremos e seus excessos. Instantes atrás alguém reclamou do meu "estilo restrito e difícil" de não aceitar o inaceitável. Ora bolas, por que não respeitam  meus pontos de vista? Isso sim, é via de mão de única.
Externo apenas o que sinto e penso dentro dos padrões de respeito à opinião de outrem. Eu tenho todo direito e liberdade de discordar e não partilhar dos conceitos alheios. Nem sempre o que é bom para mim o é para o outro. E vice versa. Não gosto de muito blá, blá, blá, apesar de gostar de falar. Dispenso movimentos externos, aqueles que na maioria das vezes são simplesmente para mostrar algo desesperadamente por uma causa própria, enxergando interesses cômodos. Prefiro a revolução interna, pois ela fortalece as estruturas, trabalha no silêncio construindo algo sólido.
Discordar do outro não é necessariamente uma forma de pensamento contrário, às vezes é apenas um ajuste de opinião...  
Sou avessa a toda forma ditatorial.



Cristina Barros Guariento
Nov/2011



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Noites Frias







Cristina Barros


Que seria de mim se não fosse a companhia das letras que vibram o coração na sintonia dos ventos frios, que sacodem a rede embalando as varandas num vai e vem de desencontros como minha fatiga emocional, desacelerando os bramidos valentes de minhas emoções, que na multidão das decepções suplicam por coragem para prosseguir a caminhada do coração frágil ainda assim valente, lutando e pleiteando o lugar no pódio da segurança do afeto... Quem amar, pois as letras brigam e ferem um teclado frio e calado, saltando com vozes repetidas como a saudade que insiste no mesmo som. Quanta coisa essencial e ilógica se arrastando na sombra do passado, que teima pausar o presente com um assunto insistente, que apenas o teclado consegue absorver e compreender sua fala engasgada, amassada pelas noites traiçoeiras que embebedam a alma; que sofre de tanta frieza e incerteza, por abrigar um coração sem destino e sem orquestra para estimular a canção do amor, que há tempos preparou para o momento da principal alegoria na arte da feliz canção de amar. Apenas as letras e a noite, num bordado de estrelas no céu, compartilham minha dor, minha perda; meu amor... Onde quer que vá, sei que na cidade dos devaneios nos acharemos e partiremos, ouvindo a música do outro lado das batidas do teclado frio e calado, com voz silenciosa nas noites frias do segredo, encharcando com as lágrimas quentes dos meus olhos calados, que perderam o brilho esperando a melodia ecoar. 



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fim do Dia




Cristina Barros Guariento


Fecho os olhos e vejo você
O dia se foi vem o entardecer
A revoada de pássaros procura abrigo
Em seus braços me perco e me avivo

Folhas secas se escondem do vento
Assim derivam os momentos
Viver a sutileza dos pensamentos
Na gentil ambicionada presença

Ondas conduzindo lembranças
Num interminável mar de esperanças
Embarcando no cais da saudade
Habitando na era felicidade

Momento que se perde no tempo
Narrado pelo pensamento
Envolvido pelo pretexto e emoção
Eternizado no coração.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Vento e os Sentimentos




Cristina Barros
2011
      
O vento sopra de leve levando bem alto pra longe de mim a tristeza que de alguma forma, tenta roubar a leveza dos meus sentimentos; pensamentos elaborados, discursos preparados... A tarde inicia a busca de um término do dia talvez sem desfrutar da presença solar; as nuvens se encontram e modificam a perspectiva daqueles que esperam desfrutar da beleza do crepúsculo...  Nostálgico talvez... Há uma revolução em meus sentimentos, tudo parece querer contribuir para a prudência da aura espantar a solidão... E, novamente em harmonia poder apreciar um simples e belo final de tarde... Que falar do coração que até agora nada falou, apenas esperou... É perto da noite; sopro suave, emoldurado pela beleza dos raios solares... Anima-te, coração... Há esperança no meio da tarde nostálgica... Apenas cala-te e ouve o falar do vento que sopra... O amor pode chegar simplesmente pela leveza da brisa no final de tarde.


O Frio da espera





Sinto um frio em círculo ao calor
Ah! A dor da espera me dá um temor
E a vida que atravessa me assusta e dá medo
A esperança se vai, eu não poupo segredo

Meu contemplar se perde na imensidão
Lágrimas germinam do meu coração
Quanto vale esperar por alguém?
O que inventar enquanto ele não vem?

Felicidade palavra bonita
Ambiciona no que acredita
Ama o que ainda demora.
É o tempo que não conta a hora

Mergulhar no rio da espera
Me desespera...
Ouvir a voz da sabedoria
É o que eu mais queria.

Cristina Barros Guariento
Novembro/2011

Silêncio da Alma






Parte de mim quer fugir, a outra parte quer falar; mas prevalece o silêncio. Calar quando queremos externar algo que nos aprisiona é muito doloroso. Existem coisas que o tempo é incapaz de apagar... Ou quem sabe ainda é tempo de pedir ao tempo um tempo para entender o abstrato. A vida tem como pano de fundo as lembranças de algum tempo vivido, talvez alimentado pela ausência do fim... É como o pôr do sol que parte e não volta mais naquele dia; só o amanhecer que o encontra do outro lado da lembrança do dia que ficou para trás. Talvez da recordação deste tempo entre o começo e o fim, tenha ficado a saudade. Ela é motivada pelo desencontro de um encontro que nunca existiu. 
A noite segue fria e mais uma vez o silêncio perturba o cenário das memórias...

Cristina Barros Guariento
Nov/2011



domingo, 20 de novembro de 2011

Coração Cansado


Cristina Barros

Já está tarde, o silêncio da noite se confunde com o sigilo do meu coração, e, parece parar tudo. As forças em uma forma de externar, que não suportam mais lutar escondem-se no turbilhão de pensamentos, são intensos... Adormeço com a alma encharcada das lágrimas que meus olhos não relutam mais em deixá-las rolar; meu coração está nadando no mar da saudade impulsionado a alcançar o barco que o levará à cidade chamada felicidade.
O alvorecer avisa que chegou por uma fresta na janela; posso observar o balanço das árvores causado pelo vento... A brisa parece querer acalentar meu coração já sofrido e cansado de tanto flutuar nas águas profundas, com correntezas de incertezas que querem afogar meu ser.
Debruço-me na janela para observar o horizonte e suas curvas peculiares que proferem em meu coração cansado, um novo rumo, uma nova alameda.  
Tudo recomeça talvez sem pressa, ou apressando o passo para alcançar o “inalcançável” destino sonhado, pois a estrada da vida é longa e há muito a ser percorrido pela via de mão única. A dor de um sonho frustrado só tem sua agonia minorada quando a alma é encorajada a seguir sem olhar para trás... Como conseguir? 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Circunstâncias da Vida






Cristina Barros

Não é o motivo pelo que pensamos ou sonhamos que a vida nos facilita a vida. Perdemo-nos na caminhada mesmo percorrendo o caminho certo, é que às vezes paramos para ouvir “estranhos” e nos embrenhamos por atalhos. A vida nos sugestiona ou nos submete a percorrer veredas que certamente servem para nos mostrar que as circunstâncias vividas são simplesmente ações praticadas na intenção de chegar mais rápido, no destino que queremos.
O coração é o porto seguro que mesmo inseguro prossegue na busca do destino certo, cumprindo um roteiro nem sempre certeiro, absorvendo as intenções internas de emoções que se exasperam à medida que demoramos cruzar a linha de chegada; onde pensamos ancorar o barco das expectativas que contendem com as razões sempre evidentes, onde sutilmente sussurram avisando que o mar agitado da precipitação  nos levará para o outro lado do destino.
Sabiamente, a razão interfere e fere profundamente a emoção, que faz emboscada para o coração, motivada por circunstâncias diversas que alimentam a ânsia de logo chegar. Tomara em breve poder contemplar o mar da razão, ancorada no cais do amor, percorrendo a praia dos apaixonados, escrevendo no livro da alegria como sobreviver às circunstâncias da vida! 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Meu Mundo Imaginário.







Cristina Barros


Penso que seria bem melhor se pudéssemos escolher quem amar. Certamente ele seria exatamente do jeitinho que sonho; o molde dos desejos se encarregaria de fazê-lo sob a encomenda do coração desejoso. Meu mundo imaginário me chama para dizer que a outra metade tem mais da metade das exigências que busco... Seu corpo corresponde com a perspectiva de minha estatura mediana, seus olhos têm um brilho do amor que ao deparar com minha imagem diante da rua estreita de meus pensamentos, eles vibram e despertam a certeza em meu coração de que aquele ali é mesmo o ser que busco para completar meus dias que por ventura estão incompletos. Continua meu mundo imaginário imaginando no decorrer da noite que percorre as ladeiras da imaginação... Quanta emoção! De repente sinto as batidas de seu coração batendo insistentemente em minha direção, é um apelo da emoção desfilando pela alameda da minha solidão. Perfeito nas suas imperfeições, seu jeito, seu cheiro, seu humor; a cor, o amor, não há mais temor. Ele já está pronto, no ponto de ser apresentado enquanto o sonho é desenrolado, este ser que será amado sem as reservas da incerteza da escolha involuntária, de um coração que desconhece as razões óbvias de escolher alguém para amar.  Acordo e fico a imaginar como seria viver no meu mundo imaginário.