Cristina Barros
Eu percebo
que a rua esquisita que resolvi estacionar o carro pode ser uma armadilha para
um assalto. Eu esperava minha filha que visitava uma amiga na casa ao lado.
Por que
então não fui até a casa, preferindo correr todos os riscos aguardando seu
retorno dentro do carro?
Fiquei
analisando todos os momentos e possíveis consequências de minha inconsequência.
Que rua mais
sem graça essa ruazinha, eu pensava! E se alguém me assaltar?
Olhava as
horas no relógio do celular e pensava: Se o ladrão chegar aqui e me pedir o
celular? Vou deixar levar. Será? Não, ele não vai fazer isso. E se fizer? E se
for mais de um? Hum! As perguntas se confundiam, aliás, elas se multiplicavam.
O mais estranho que mesmo assim eu conseguia ler um livro: “O mistério de 2012”
(sugestivo para o ano e aquele momento). Talvez eu passasse apenas os olhos nas
páginas, pois não era raro as vezes que eu ficava a observar pelos retrovisores
do carro, se alguém estaria vindo me surpreender naquele lugar ermo.
Que coisa,
como pode um ser humano correr tantos riscos simplesmente pelo fato de correr
riscos não calculados?
Até que
enfim minha filha voltou e pude voltar aos pensamentos “normais” do meu
dia-a-dia.
Concluo que
a vida é bela e merece ser respeitada. Penso que de vez em quando é necessário
arriscar a vida pela vida. Eu entendo muita coisa de vida? Vou pensar.
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